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     OLARIA SÃO DOMINGOS OU LEITARIA VASCO PIRES?
     20/07/2007
     Pedro Luís Prietto

     Em 1997 no 3º. Volume de “Casarões contam sua história”, Zênia de León apresenta no capítulo Casas do Areal considerações sobre o prédio que teria sido sede da Olaria São Domingos onde residiu Domingos José de Almeida.
     O que sobrou do prédio, apenas paredes, está situado em área verde do Loteamento Parque do Obelisco, nas proximidade do centro comunitário, e localizada no quarteirão limitado pelas ruas Prof. Joaquim Alves da Fonseca, Mário Lopes Motta, Teotônio Vilela e Gomercindo Carvalho. Com a execução do referido loteamento esta construção juntamente com a sua área verde passou ao domínio público, sob administração municipal.
     Zênia de León sugeria “o tombamento do prédio e uso para, por exemplo, como sede de entidade cultural, pois, embora tendo feito parte do complexo de uma olaria (Olaria São Domingos) está localizado numa região de antigas charqueadas e pertenceu a um charqueador ilustre”.
     No ano seguinte, em 23 de setembro de 1998, o engº Geraldo Gomes de Almeida, residente na cidade de São Paulo, sobrinho-bisneto de Domingos José de Almeida, protocolou na Secretaria Municipal de Governo solicitação de preservação do que resta do prédio sugerindo o imediato tombamento do prédio, dentro da linha de argumentação da Profª. Zênia.


Fachada principal, ao leste.

     Cinco anos mais tarde, em 2003, cópia do requerimento do engº Geraldo foi encaminhada ao então vereador Gilberto Cunha juntamente com pedido de sua intervenção no encaminhamento de medidas para preservar o prédio em questão.
     Coube a mim a tarefa de buscar fundamentação para a ação do parlamentar. Para minha surpresa, as entrevistas com antigos arealenses e o confronto entre os documentos do processo de aprovação do loteamento do Parque do Obelisco na prefeitura municipal e os assentamentos no registro de imóveis levantaram sérias dúvidas sobre a propriedade de origem do imóvel.


Fachada do fundo oeste e lateral sul

     Pelo que verifiquei, o loteamento abrange duas glebas contíguas, uma originária de Domingos de Almeida e a outra de Vasco Pires. E mais, o prédio que seria a sede da Olaria São Domingos está assente na gleba originária de Vasco Pires. Some-se ainda o significativo fato de que nas entrevista várias respostas apontavam o uso como leitaria do Vasco Pires, e ninguém se lembrou da atividade ligada à olaria de Domingos de Almeida.
     A busca de novas informações e o aprofundamento na análise histórica da questão, que requer pessoal tecnicamente qualificado para tanto, nos dirá se era olaria ou leitaria, de Domingos de Almeida ou Vasco Pires, bem como a avaliação real de sua importância histórica.
     Entretanto, esta construção na área verde do Loteamento Parque do Obelisco, é um bem público que está sendo destruído, apesar da “administração” pública municipal. Independente de seu valor histórico, é um bem público que merece ser conservado em benefício da comunidade. A sugestão da Profª Zênia de uso para abrigar as atividades de entidade social de cunho cultural, educativo ou assistencial, em troca da manutenção do prédio, é muito pertinente. Se nada for feito, alguém “decretará a utilidade privada” do imóvel, se emitirá na posse, e o poder público reconhecerá na prática o domínio privado da coisa pública por direito adquirido.

 

     Interessante matéria! Assim como a Sra. Ceci Gomes Victória, também sou bisneta do charqueador Arthur Guilherme da Costa (sou neta de sua filha Celina Guilherme da Costa Torres e filha de Ivorema da Costa Torres Luize) e fico feliz em saber que o Obelisco está preservado. É um pedacinho da minha história pessoal...
Ubaldininha da Costa Torres Luize – Servidora Pública Federal
Feliz/RS

     Para satisfação de todos comunico que a construção em referência (no bairro Obelisco) foi cedida para o Centro de Tradições OS CHUCROS e está totalmente recuperada, tendo conservação e uso desejado.
Zênia de León – Escritora e Pesquisadora
Pelotas/RS

     Achei muito bom, interessante e esclarecedor. Seria de grande importância se colocada em prática a idéia da Zênia. Chama-me atenção o que diz respeito à história do charque, pois sou bisneta do charqueador Arthur Guilherme da Costa.
Ceci Gomes Victória - Artista Plástica
Pelotas/RS

 

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